Graciliano Ramos, seu autor, aclamado escritor da literatura brasileira, incluído pela historiografia literária brasileira na prosa regionalista dos anos 30, encontrou em sua experiência de vida no sertão nordestino a fonte para desenvolver parte de seus escritos. É um autor que conseguiu universalizar-se por reunir em suas obras uma análise sociológica e universal do homem.
Quanto ao estilo, destaca-se por sua capacidade de síntese, ou seja, a habilidade de dizer o essencial em poucas palavras, disso resulta o seu estilo “enxuto”, que é considerado um exemplo de elegância e de elaboração.
Através de uma linguagem “seca” retratou o homem nordestino e seus problemas. Entretanto, esses elementos locais servem apenas de pretexto para discutir temas mais globais. É o que acontece, por exemplo, em Vidas Secas, onde o autor narra a história do retirante Fabiano e sua família, que vagam pelo sertão em busca de trabalho e melhores condições de vida.
As cenas narradas de Fabiano e sua família são o alicerce para retratar temas como hegemonia de poderes na sociedade, questões de ordem lingüística, já que as falas existentes durante a narração são praticamente monossilábicas, e a impotência do homem diante de um sistema social opressor.
È por tudo isso que Vidas Secas escapa da poeira que os anos poderiam lhe impor e continua sendo uma obra amplamente debatida nos meios acadêmicos e indicada como leitura obrigatória de vestibulares em todo Brasil.
Graduanda em Letras da Universidade Federal da Bahia
Download da obra: www.ziggi.com.br/downloads/11327.asp